Portugal começou quando o jovem Afonso Henriques expulsou a mãe de casa para puder jogar Playstation o dia todo contra os Mouros.
Mas como estávamos no séc. XII, ainda não havia Playstation, a brincadeira teve de ser mesmo a sério e D. Afonso Henriques lutou a vida toda contra os Mouros e contra os primos de Castela, para fundar um dos países mais antigos da Europa e que viria a mudar o mundo.
O seu bisneto, D. Afonso III, acabou a conquista e consolidou o território que hoje é Portugal.
E com o filho deste, D. Dinis, o português ficou a língua oficial do país; língua essa que hoje é falada por mais de 200 milhões de pessoas por vários continentes.
Apesar dos Mouros terem sido expulsos da Península, as nossas fronteiras ainda não estavam de todo asseguradas por causa dos conflitos com os nossos vizinhos de Castela com quem nos dávamos muito mal.
É nessa altura que aparece D. Pedro, que protagonizou a nossa história de amor mais famosa.
Pedro era o filho de D. Afonso IV e apaixonou-se por Inês de Castro que seria bonito se ela não fosse aia da sua própria mulher e ainda por cima espanhola !
O pai de Pedro não gostou nada desse romance e como se fazia na altura..mandou matar Inês.
O que obviamente deixou o filho furioso, começando uma guerra contra o pai e vingando-se dos assassinos da sua amada que acabou por ser rainha mesmo depois de morta.
Com D. Pedro como Rei, apesar de ser conhecido pelo “Cruel”, estivemos em paz com Castela.
Bom..até vir D. Fernando que estragou tudo e deixou que os espanhóis invadissem e pilhassem o país que nem hooligans quando Portugal vence a Inglaterra no futebol.
Mas é nos momentos piores que se destacam os melhores, e D. João Mestre de Avis mais o seu contestável D. Nuno Álvares Pereira, com a ajuda de uma padeira em Aljubarrota, conseguiram correr com os espanhóis.
D. João é aclamado Rei começando uma nova dinastia, a de Avis, que iria mudar a história do globo.
D. João I depois de arrumar a casa virou-se para o norte de África e iniciou a nossa expansão ultramarina conquistando Ceuta.
Com o Infante D. Henrique, filho de D. João, o estudo e desenvolvimento das técnicas de navegação e sua implementação prática mudou tudo o que se tinha feito até à altura em termos marítimos.
O Rei que deu o grande impulso para as nossas descobertas foi D. João II.
No seu reinado, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança na ponta de África indicando o caminho marítimo para a Índia que depois Vasco da Gama concluiu.
D. Manuel, o único Rei que se associou a um estilo artístico, o manuelino, reinou num período áureo.
A chegada de Vasco da Gama à Índia revolucionou o comércio internacional ao mesmo tempo que pôs em prática pela primeira vez a ideia da globalização.
Afonso Albuquerque consolidou um verdadeiro império no Oriente, ao conquistar pontos estratégicos do Golfo Pérsico à Malásia, impondo-se aos muçulmanos e hindus e criando um monopólio comercial na região.
Quem mandava nos mares do Atlântico e Índico éramos nós !
Ao Ocidente quando Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil está, sem saber, a garantir o futuro de Portugal.
Os nossos primeiros imigrantes também começaram a dar nas vistas como por exemplo Fernão Magalhães, que a trabalhar para a coroa espanhola, deu a volta ao mundo e provou na prática que a Terra era redonda e deu o nome ao Oceano Pacifico.
Entretanto morre D. Manuel e sobe ao trono D. João III que, desgraçado, não teve sorte nenhuma x) Apanhou logo com maus anos agrícolas, fome e epidemias.
Mas pior que tudo, quando morre, o seu sucessor é ainda uma criança e quando chega ao trono o pior ainda está para vir !
Estamos a falar de D. Sebastião, aquele que dizem que vai regressar numa manhã de nevoeiro mas que na verdade ficou desaparecido para sempre no norte de África, numa manhã de sol tórrido durante uma batalha que perdemos contra os muçulmanos.
O final trágico para o grande épico que Luís Vaz de Camões tinha escolhido anos antes e dedicado ao novo Rei – Os Lusiadas – onde os feitos dos portugueses foram imortalizados em verso.
Mas a cantiga agora ia ser outra !
Sem filhos e sucessor, óbvio que com o desaparecimento de D. Sebastião dá-se uma crise de sucessão, ou seja: são sete cães a um osso pelo trono de Portugal x)
A confusão é tanta que acaba por ser o tio de D. Sebastião, que para grande azar --‘, era rei de Castela, que vem ocupar o trono.
Enquanto Portugal esteve sob o domínio espanhol, outros países aproveitaram-se e foram-nos às couves, ou seja, os Holandeses, Ingleses, Franceses, Árabes, Indianos, Persas, ect., atacaram os nossos postos e feitorias do Brasil a Oriente.
Mas o pessoal lá se mobilizou para finalmente organizar uma revolta, repor um português no trono e clamar a independência.
O novo Rei foi D. João IV que inicou a dinastia de Bragança mas teve de andar anos nas guerras da restauração contra os espanhóis que não gostaram nada da brincadeira.
Um dos nomes que marcou a história neste período do restaurado Portugal foi o Padre António Vieira, que teve a lucidez de ver que o nosso novo império seria a língua portuguesa.
O Padre António Vieira deixou grande obra, por vezes de tal maneira controversa que ele próprio por imposição este preso.
Entretanto chegamos a meados do séc. XVIII e ao reinado de D. José, que como não estava para se chatear muito com a governação do país, nomeou para primeiro-ministro um tal de José Carvalho e Melo que passou a chamar-se Marques de Pombal, e que teve uma importância muito grande para a modernização do nosso país.
A coisa até não começou bem pois em 1755 ouve um terramoto tão grande que arrasou metade de Lisboa e matou grande parte da sua população. Mas o sentido prático do Marquês de Pombal tratou de reconstruir a baixa de Lisboa do zero com aquelas ruas largas e simétricas que ainda hoje lá estão.
Mas se as coisas pareciam estar endireitadas eis que em França surge Napoleão que desagradado com a nossa aliança com Inglaterra decide invadir o nosso país.
A Rainha D. Maria I que entretanto tinha enlouquecido mais o filho regente, D. João VI e o resto da corte decidem fugir para o Brasil onde instalaram o reino, passando temporariamente Portugal a ser uma colónia do Brasil, ora ocupado pelos Franceses, ora governado pelos Ingleses.
Quando por fim corremos com os franceses o Rei continuava no Brasil o que deu ideias aos Ingleses de governar o país. Mas não foram longe porque no Porto dá-se uma revolta liberal que expulsa os Ingleses deixando apenas aqueles que estavam de férias no Algarve. :P
Os liberais formaram uma nova forma de governo chamado constitucional e obrigaram D. João VI a regressar do Brasil. Só que o Rei deixou lá o seu filho, D. Pedro, que anos mais tarde deu o grito do epiranga e declarou a indxipendencia do Brasiu.
Quando o D. João VI morre fica uma situação um bocado complicada pois o seu sucessor, D. Pedro, era agora imperador do Brasil. Assim começa uma longa guerra entre liberais e absolutistas.
O sec. XIX foi de conturbada agitação politica em que se experimentaram muitas e diferentes formas de governos e constituições.
Mas foi também um século de um grande surto de talento nas artes, sobretudo na literatura.
Foi o século do romantismo e de escritores como Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Eça de Queiros; esse escritor dotado de uma sátira mordaz que nos deixou um retrato da sociedade portuguesa da época que ainda hoje é tão actual.
E foi também o século da modernização, não só da agricultura e industria mas também das comunicações.
Fontes Pereira de Melo rasgou o país com estradas e vinhas férreas e montou a primeira linha telegráfica, inaugurou carreiras de barcos a vapor, os serviços postais e as redes telefónicas.
Em 1908 assassinaram o Rei D. Carlos a tiro, o que não se faz..
Mas o que queria dizer que de facto havia pessoal que estava mesmo contra os reis, e assim foi: depois do seu filho, D. Manuel, não durou muito tempo no trono e a 5 de Outubro de 1910 acaba a Monarquia e começa a República.
Os primeiros anos da Republica foram complicados tendo existido 45 governos em apenas 16 anos.
Mas o inicio do sec. XX também foi rico em revoluções nas artes com Fernando Pessoa que criando os seus heterónimos foi 5 géneros literários numa só pessoa.
Mas de volta à política, em 1926, um golpe militar coloca um professor chamado Oliveira Salazar na pasta das finanças e daí para presidente do conselho de ministros, cargo que no fundo passou a querer dizer “ditador” e que ocupou nos 40 anos seguintes reprimindo cada vez mais o povo e prendendo quem não concordava com ele até cair de uma cadeira e lhe dar o badagaio.
Poucos anos depois, no dia 25 de Abril de 1974, um grupo de militares que ficou para a história como “Os Capitães de Abril”, deitou abaixo o regime com o apoio do povo, que estava farto da ditadura, no que ficou conhecido pela Revolução dos Cravos, porque em vez de se darem muitos tiros..deram-se muitos cravos x)
Mas durante os anos da ditadura houve muitas pessoas que pondo em risco a sua vida lutaram contra o regime do Estado Novo.
Humberto delgado, conhecido pelo “General Sem Medo”, Álvaro Cunhal que liderou o partido comunista português durante anos e Mário Soares que à frente do partido socialista seria uma das figuras mais influentes do pós 25 de Abril e um da nosso liberdade e democracia.
Bom, e assim chegamos aos nossos dias em que já não celebramos as descobertas de novos mundos mas ajudamos os nossos países irmãos que partilham a nossa língua em outros continentes.
Já não andamos em guerras contra outros países mas vibramos com a nossa selecção de futebol e com os nossos desportistas.
Continuamos a desfrutar dos muitos talentos artísticos que temos da musica à literatura, regozijamo-nos com os nossos pensadores e cientistas e, sobretudo, temos a capacidade e a esperança que um dia tu também podes ser um grande português.
Entre tentativas (frustadas) de arrumação das fotografias no meu computador, eis que me deparo com esta raridade; uma vez que acho que é a única foto que existe do belo cartaz.
Depois da trabalheira que deu, no final de tudo foi o que foi x)
Mas divertimo-nos tanto.
Lembram-se ?